Olá, leitor!
Conforme assumimos um novo
cronograma de atividades para o Programa de Residência Pedagógica, em razão do
recesso no calendário escolar da rede pública de ensino, na sexta-feira, dia
05/02/2021, realizamos um encontro mediado pelo coordenador Prof. Dr. Wallace
Cabral com todos os residentes para a participação na palestra ministrada pela
Ma. Isabela Vieira da Silva, cuja temática aborda “Avaliação Educacional: apontamentos
e reflexões necessárias para a prática docente”.

Para abertura do encontro, o
coordenador fez uma breve apresentação da palestrante, indicando alguns de seus
títulos acadêmicos. Isabela Vieira da Silva possui bacharelado em Ciências Exatas,
licenciatura e mestrado em Química, sendo este voltado para a Educação Química,
e é atualmente aluna de doutorado do programa de pós-graduação em Química da
Universidade Federal de Juiz de Fora com produções voltadas para a avaliação da
aprendizagem escolar.
Em seguida, a palestrante iniciou
sua fala detalhando sua trajetória acadêmica. Isabela terminou o Ensino Médio
em 2007 e ingressou na UFJF no curso de Ciências Exatas em 2009. Foi bolsista
no Centro de Ciências – UFJF de 2011 a 2012, período no qual afirma ser de
grande desenvolvimento de seus anseios de se tornar professora, lecionando
conceitos básicos para diversos grupos. Além disso, foi bolsista do PIBID do
período de 2012 até 2015. Concluiu os cursos de licenciatura em química e
bacharelado em ciências exatas em 2016 e lecionou em uma escola da rede pública
no mesmo ano. Em 2017 ingressou no mestrado com bolsa de dedicação exclusiva e
finalizou em 2019, no mesmo ano em que ingressou no doutorado, porém, desta
vez, conseguiu retornar para a sala de aula para lecionar de maneira
concomitante ao doutorado, com carga horária máxima de 12 horas semanais.
Após realizar sua apresentação, a
palestrante introduziu o programa de pós-graduação em Química da UFJF de
maneira a orientar quanto ao seu funcionamento e sanar eventuais dúvidas de
interessados em ingressá-lo. De forma complementar, Isabela expôs algumas
questões feitas previamente pelo coordenador em relação aos estudos complementares
à graduação, sendo elas:
1- Como
a pesquisa e a pós-graduação têm me ajudado enquanto professora?
2- Como
vejo que a pesquisa pode ajudar outros professores e/ou licenciandos?
Como resposta à primeira
reflexão, ela afirma que houve um grande desenvolvimento do momento em que se
formou na licenciatura em 2016 para o momento em que retorna para a sala de
aula em 2019 após formar no mestrado, o qual proporcionou caminhos diferentes
de pensamento, de construção e formação enquanto professora, tendo em vista o
processo de formação continuada do profissional da educação. Ela atribui todas
essas mudanças às disciplinas que foram cursadas na pós-graduação e ainda
afirma que estas apresentam discussões muito construtivas acerca do ensino
básico e do ensino superior, e acabam estudando assuntos do curso de
licenciatura que não puderam ser aprendidos durante a graduação. Quanto à
segunda reflexão, Isabela afirma que a pesquisa pode ajudar no levantamento de
discussões baseadas em seus resultados e possivelmente ocasionar o
aprimoramento do currículo tanto do curso de licenciatura quanto da educação
básica.
Adiante, a palestrante questionou
os participantes se já ouviram ou tiveram acesso a discussões acerca da
avaliação educacional durante a licenciatura. Após o levantamento de algumas
experiências, concluiu-se que tal abordagem foi pouco trabalhada durante a
graduação, evidenciando a relevância da palestra proposta pelo coordenador. De
forma a introduzir a temática, Isabela apresentou uma definição de “avaliação”
segundo Luckesi, explicitando que “Não existe, dessa forma, ato humano, simples
ou complexo, que não seja precedido por um ato avaliativo, ocorra ele de modo
intencional e consciente ou de um modo comum ou habitual”, afirmando, então,
que a avaliação é um ato constante em nossa vida e que seus propósitos podem
mudar dependendo das situações. Ao pedir para que os residentes enviassem duas
palavras que viessem à mente a respeito do termo “avaliação”, uma nuvem de
palavras foi montada e refletiu-se sobre os motivos que podem levar o vocábulo a
uma associação de termos negativos como ansiedade, medo e pressão. Ao pensarmos
em uma situação hipotética, precisamente nos motivos que levam um empresário a
fazer a avaliação de sua empresa, percebemos que tal prática busca propor
intervenções para melhorar o funcionamento do sistema, no entanto, ao
transpormos a ideia para o ambiente acadêmico, nota-se que este sentido do
termo “avaliar” perde seu significado.
A fim de explicitar algumas das
definições de “avaliação” presentes em documentos normativos da educação e seus
anseios no ambiente escolar, a palestrante apresenta segundo LAMAS que “A
avaliação tem o propósito de informar sobre os acertos, estimular a
comunicação, facilitar a formação, potencializar a participação, promover a
autoestima, oferecer recomendações, garantir as mesmas possibilidades a todos e
contribuir para a aprendizagem docente. Por outro lado, destaca que a avaliação
não tem o propósito de originar queixas e protestos, gerar conflitos entre
pessoas, favorecer o desânimo, ser um fim em si mesma, fomentar a
competitividade, promover abandonos, repudiar o erro, selecionar, punir,
excluir.”
Desta forma, o sistema avaliativo
pode adquirir funções diferentes de acordo com a origem do agente. Quando
realizada principalmente pelo Estado, é denominada avaliação externa e tem como
objetivo o monitoramento do sistema educacional, tendo em vista o melhoramento
das políticas públicas. Já quando é realizada pela instituição como um todo ou
pelos professores individualmente, denomina-se avaliação interna. Enquanto
esses objetivam o melhoramento do processo de ensino e aprendizagem, aquela
visa ao melhoramento da instituição, da escola. Além disso, existem 3 tipos de
avaliação, segundo Hadji, conforme explicitado no quadro abaixo retirado da
apresentação.

De maneira complementar, pode-se
diferenciar exame e avaliação de acordo com suas propostas e abordagens.
Enquanto com a aplicação de um exame o professor busca analisar de maneira
pontual o que o aluno já aprendeu através de uma medida quantitativa e
classificatória, sendo o aluno o único responsável por sua aprendizagem; a
avaliação busca analisar a aprendizagem do aluno e planejar estratégias para as
possíveis dificuldades encontradas durante esse processo, apresentando forte
caráter diagnóstico, inclusivo e dialógico, uma vez que proporciona caminhos
para o entendimento e a resolução de impasses.
Uma ótima semana a
todos!