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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Reunião entre residentes e coordenador - Palestra Ma. Isabela Vieira da Silva 05/02/21

 Olá, leitor!

Conforme assumimos um novo cronograma de atividades para o Programa de Residência Pedagógica, em razão do recesso no calendário escolar da rede pública de ensino, na sexta-feira, dia 05/02/2021, realizamos um encontro mediado pelo coordenador Prof. Dr. Wallace Cabral com todos os residentes para a participação na palestra ministrada pela Ma. Isabela Vieira da Silva, cuja temática aborda “Avaliação Educacional: apontamentos e reflexões necessárias para a prática docente”.

Para abertura do encontro, o coordenador fez uma breve apresentação da palestrante, indicando alguns de seus títulos acadêmicos. Isabela Vieira da Silva possui bacharelado em Ciências Exatas, licenciatura e mestrado em Química, sendo este voltado para a Educação Química, e é atualmente aluna de doutorado do programa de pós-graduação em Química da Universidade Federal de Juiz de Fora com produções voltadas para a avaliação da aprendizagem escolar.

Em seguida, a palestrante iniciou sua fala detalhando sua trajetória acadêmica. Isabela terminou o Ensino Médio em 2007 e ingressou na UFJF no curso de Ciências Exatas em 2009. Foi bolsista no Centro de Ciências – UFJF de 2011 a 2012, período no qual afirma ser de grande desenvolvimento de seus anseios de se tornar professora, lecionando conceitos básicos para diversos grupos. Além disso, foi bolsista do PIBID do período de 2012 até 2015. Concluiu os cursos de licenciatura em química e bacharelado em ciências exatas em 2016 e lecionou em uma escola da rede pública no mesmo ano. Em 2017 ingressou no mestrado com bolsa de dedicação exclusiva e finalizou em 2019, no mesmo ano em que ingressou no doutorado, porém, desta vez, conseguiu retornar para a sala de aula para lecionar de maneira concomitante ao doutorado, com carga horária máxima de 12 horas semanais.

Após realizar sua apresentação, a palestrante introduziu o programa de pós-graduação em Química da UFJF de maneira a orientar quanto ao seu funcionamento e sanar eventuais dúvidas de interessados em ingressá-lo. De forma complementar, Isabela expôs algumas questões feitas previamente pelo coordenador em relação aos estudos complementares à graduação, sendo elas:

1-      Como a pesquisa e a pós-graduação têm me ajudado enquanto professora?

2-      Como vejo que a pesquisa pode ajudar outros professores e/ou licenciandos?

Como resposta à primeira reflexão, ela afirma que houve um grande desenvolvimento do momento em que se formou na licenciatura em 2016 para o momento em que retorna para a sala de aula em 2019 após formar no mestrado, o qual proporcionou caminhos diferentes de pensamento, de construção e formação enquanto professora, tendo em vista o processo de formação continuada do profissional da educação. Ela atribui todas essas mudanças às disciplinas que foram cursadas na pós-graduação e ainda afirma que estas apresentam discussões muito construtivas acerca do ensino básico e do ensino superior, e acabam estudando assuntos do curso de licenciatura que não puderam ser aprendidos durante a graduação. Quanto à segunda reflexão, Isabela afirma que a pesquisa pode ajudar no levantamento de discussões baseadas em seus resultados e possivelmente ocasionar o aprimoramento do currículo tanto do curso de licenciatura quanto da educação básica.

Adiante, a palestrante questionou os participantes se já ouviram ou tiveram acesso a discussões acerca da avaliação educacional durante a licenciatura. Após o levantamento de algumas experiências, concluiu-se que tal abordagem foi pouco trabalhada durante a graduação, evidenciando a relevância da palestra proposta pelo coordenador. De forma a introduzir a temática, Isabela apresentou uma definição de “avaliação” segundo Luckesi, explicitando que “Não existe, dessa forma, ato humano, simples ou complexo, que não seja precedido por um ato avaliativo, ocorra ele de modo intencional e consciente ou de um modo comum ou habitual”, afirmando, então, que a avaliação é um ato constante em nossa vida e que seus propósitos podem mudar dependendo das situações. Ao pedir para que os residentes enviassem duas palavras que viessem à mente a respeito do termo “avaliação”, uma nuvem de palavras foi montada e refletiu-se sobre os motivos que podem levar o vocábulo a uma associação de termos negativos como ansiedade, medo e pressão. Ao pensarmos em uma situação hipotética, precisamente nos motivos que levam um empresário a fazer a avaliação de sua empresa, percebemos que tal prática busca propor intervenções para melhorar o funcionamento do sistema, no entanto, ao transpormos a ideia para o ambiente acadêmico, nota-se que este sentido do termo “avaliar” perde seu significado.

A fim de explicitar algumas das definições de “avaliação” presentes em documentos normativos da educação e seus anseios no ambiente escolar, a palestrante apresenta segundo LAMAS que “A avaliação tem o propósito de informar sobre os acertos, estimular a comunicação, facilitar a formação, potencializar a participação, promover a autoestima, oferecer recomendações, garantir as mesmas possibilidades a todos e contribuir para a aprendizagem docente. Por outro lado, destaca que a avaliação não tem o propósito de originar queixas e protestos, gerar conflitos entre pessoas, favorecer o desânimo, ser um fim em si mesma, fomentar a competitividade, promover abandonos, repudiar o erro, selecionar, punir, excluir.”

Desta forma, o sistema avaliativo pode adquirir funções diferentes de acordo com a origem do agente. Quando realizada principalmente pelo Estado, é denominada avaliação externa e tem como objetivo o monitoramento do sistema educacional, tendo em vista o melhoramento das políticas públicas. Já quando é realizada pela instituição como um todo ou pelos professores individualmente, denomina-se avaliação interna. Enquanto esses objetivam o melhoramento do processo de ensino e aprendizagem, aquela visa ao melhoramento da instituição, da escola. Além disso, existem 3 tipos de avaliação, segundo Hadji, conforme explicitado no quadro abaixo retirado da apresentação.

De maneira complementar, pode-se diferenciar exame e avaliação de acordo com suas propostas e abordagens. Enquanto com a aplicação de um exame o professor busca analisar de maneira pontual o que o aluno já aprendeu através de uma medida quantitativa e classificatória, sendo o aluno o único responsável por sua aprendizagem; a avaliação busca analisar a aprendizagem do aluno e planejar estratégias para as possíveis dificuldades encontradas durante esse processo, apresentando forte caráter diagnóstico, inclusivo e dialógico, uma vez que proporciona caminhos para o entendimento e a resolução de impasses.

Uma ótima semana a todos!

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